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sexta-feira, 20 de julho de 2012

CORREIO MFC BRASIL Nº 291


Interpelações novas. O cardeal de Berlim, Rainer Maria Woelki disse a uma multidão na quinta-feira, 17 de maio, numa importante conferência católica na Alemanha, o Katholikentag, que a Igreja deveria ver, a longo prazo, as relações homossexuais fiéis assim como fazem com as heterossexuais. “Quando dois homossexuais assumem a responsabilidade um pelo outro, se eles se relacionam uns com os outros de uma forma fiel e a longo prazo, então você tem que ver isso da mesma forma como as relações heterossexuais”, disse Woelki a uma multidão estupefata, de acordo com uma notícia do jornal Tagesspiegel.

VISÕES ECLESIÁSTICAS DAS UNIÕES HOMOSSEXUAIS
"Woelki reconheceu que a Igreja vê o relacionamento entre um homem e uma mulher como base para a criação, mas acrescentou que é hora de pensar mais sobre a atitude da Igreja com respeito às relações do mesmo sexo".

F
alando na 98º Katholikentag, uma conferência que reuniu 60 mil católicos em Mannheim, Woelki se juntou a um crescente coro de vozes episcopais que estão clamando por uma mudança na recusa tradicionalmente absolutista da hierarquia a reconhecer a bondade moral das relações lésbicas e gays.

Em dezembro passado, o arcebispo Vincent Nichols, de Londres, ganhou as manchetes ao apoiar as uniões civis para casais de lésbicas e gays no Reino Unido. Naquele mesmo mês, o padre Frank Brennan, jesuíta estudioso de Direito na Austrália, também pediu o reconhecimento similar para os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em janeiro, Dom Paolo Urso, bispo de Ragusa, Itália, também pediu o reconhecimento das uniões civis em seu país.

O mês de março de 2012 assistiu a uma explosão de questionamentos de prelados à proibição da hierarquia acerca da igualdade do casamento. No 7º Simpósio Nacional da New Ways Ministry, Dom Geoffrey Robinson, bispo australiano, pediu um total reexame da ética sexual católica para permitir, dentre outras coisas, a aprovação moral dos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. A diocese de Manchester, em New Hampshire, apoiou um projeto de lei que legaliza as uniões civis (embora como uma medida paliativa para evitar a igualdade com o casamento).

Dom Richard Malone, bispo de Portland, Maine, anunciou que a diocese não assumiria um papel ativo na oposição do próximo referendo do Estado sobre a igualdade do casamento, como havia feito em 2009. Na Itália, o cardeal Carlo Maria Martini, de Milão, afirmou em seu livro Credere e Conoscere (Crer e conhecer), que "eu não compartilho as posições daqueles que, na Igreja, criticam as uniões civis" (homossexuais).

Embora a oposição à igualdade do casamento por parte da hierarquia, especialmente nos EUA, ainda seja grande e forte, é significativo que essas recentes declarações estejam todas desenvolvendo um tema similar de ao menos algum reconhecimento do valor intrínseco das relações lésbicas e gays, assim como da necessidade de proteção civil a elas.

OS “ANOS DE CHUMBO”
E “A RUA TUTOIA” (III)
Centro de Tortura de São Paulo – II Exército – Anos 70

O DOI-CODI-SP
Helio Amorim – MFC/RJ

C
arlos Alberto Brilhante Ustra, também conhecido pelo codinome de Dr. Tibiriçá, é um coronel reformado do Exército Brasileiro, ex-comandante do DOI/CODI-IIEx, na rua Tutoia, São Paulo, de 1970 a 1974. Atuou no comando da repressão imposta pela Ditadura Militar Brasileira, tendo sido, em 2008, o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar.

Comandou, de setembro de 1970 a janeiro de 1974, o DOI-Codi de São Paulo, órgão encarregado da repressão a grupos de oposição à ditadura militar e aos grupos de esquerda que atuavam na região.

Ustra foi condenado pela juíza de direito da 20ª Vara Cível do foro central de São Paulo, Claudia de Lima Menge, neste mês a pagar indenização de R$ 100 mil à família (uma ninharia) por ter participado e comandado seções de tortura que mataram o jornalista Luiz Eduardo Merlino em 1971, durante a ditadura militar.

Merlino foi preso em 15 de julho de 1971 e levado para a sede do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Na época, o DOI-Codi era comandado por Ustra, onde Merlino foi torturado por cerca de 24 horas e morto.

Na sentença, a juíza justificou a decisão. “Evidentes os excessos cometidos pelo requerido Brilhante Ustra, diante dos depoimentos no sentido de que, na maior parte das vezes, o mesmo participava das sessões de tortura e, inclusive, dirigia e calibrava intensidade e duração dos golpes e as várias opções de instrumentos utilizados. É o quanto basta para reconhecer a culpa do requerido pelos sofrimentos infligidos a Luiz Eduardo e pela morte dele que se seguiu”, acrescentou. (Notícia de O GLOBO e Google).

O falso “suicídio” grosseiramente encenado do jornalista Vladimir Herzog, assassinado no mesmo inferno paulista da rua Tutoia, depois de uma sessão de torturas que começou de manhã e terminou em morte às 3 da tarde, enfureceu o presidente Geisel que foi a São Paulo e demitiu o general comandante do II Exército, fato inédito. Outros jornalistas presos ouviram os gritos de Vladimir. O rabino Henry Sobel recusou sepultá-lo no “cemitério judaico dos suicidas” como denúncia da mentira grosseira dos seus algozes.

Outro carrasco enlouquecido, o capitão Benoni Albernaz atuou na famigerada OBAN, Operação Bandeirante, precursora do DOI-CODI. Torturou Dilma Rousseff e pelo menos mais 30 presos na rua Tutóia, com choques elétricos, palmatória, pau-de-arara e socos violentos. Quebrou um dente da prisioneira.

Enquanto essas coisas aconteciam nos espaços militares, o delegado de polícia Sérgio Paranhos Fleury torturava e matava no DOPS-SP. Mais tarde acabou morrendo num acidente misterioso, nunca explicado. Sabia demais. 

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