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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CORREIO MFC BRASIL Nº 281


FRATERNIDADE E CONCÍLIO
Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP) e Presidente da Cáritas Brasileira

Dom Demétrio Valentini
Neste ano a memória do Concílio Vaticano II se faz presente de maneira especial. Já se passaram 50 anos de sua abertura, em 11 de outubro de 1962. É uma data que vale a pena ser celebrada.

M
as não é preciso esperar outubro para descobrir nos anais da história os vestígios deste vasto acontecimento. Com a chegada da Quaresma, nos deparamos com uma iniciativa que é herdeira legítima da fecundidade histórica do Concílio.

Trata-se da Campanha da Fraternidade. Ela leva a marca registrada do Concílio. Não se entenderia a consolidação desta campanha, sem relacioná-la com o contexto conciliar que criou o ambiente, onde ela pôde nascer e se desenvolver, até criar as raízes sólidas que cada ano reproduzem novos rebentos de sua vitalidade.

De fato, basta conferir as datas, para perceber a íntima relação da Campanha da Fraternidade com o desenrolar do Concílio. Ela foi realizada a primeira vez em 1962, justo no ano da primeira sessão conciliar. Foi lançada por três dioceses, sob a liderança da Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte. No ano seguinte, já eram dezesseis dioceses que a assumiam em conjunto. Para em 1964 ser assumida por toda a CNBB.

Atrás destas datas, percebemos o cenário maior do processo conciliar em plena ebulição. Cada ano, os bispos passavam mais de dois meses em Roma, participando dos trabalhos conciliares. Os brasileiros estavam hospedados na "Domus Mariae”, a casa da Ação Católica Italiana. O ambiente era propício para a convivência fraterna e para o diálogo em torno das questões eclesiais suscitadas pelo Concílio.

Compreende-se então que uma iniciativa como esta, em sintonia com as propostas conciliares, fosse olhada com simpatia, e logo assumida pelos bispos, sequiosos de colocar em prática as orientações pastorais decorrentes do Concílio.

De fato, desde o seu inicio a Campanha da Fraternidade tentou inserir os valores que o Concílio ia explicitando. Daria para elencar diversos. O primeiro destes valores era a nova consciência de pertença eclesial, despertada pela visão de Igreja como Povo de Deus. Não é por acaso que o lema da primeira Campanha em nível nacional, em 1964, era exatamente este: "Lembre-se: você também é Igreja”.

Outro valor que emergia com força dos debates conciliares era a missão dos bispos e a importância de sua comunhão episcopal, como co-responsáveis pela Igreja. Pois bem, a Campanha se apresentava como um ótimo instrumento para assumir na prática esta comunhão, dando força à ação de cada bispo em sua respectiva diocese.

Não menos insistente era a urgência da Igreja se inserir na realidade, levando sua presença de serviço fraterno e de estímulo para a participação dos leigos na vida social e política. A Campanha assumia esta preocupação, escolhendo temas de interesse da sociedade, e estimulando a reflexão e a participação organizada.

Em todo o caso, neste ano em que nos propusemos "revisitar o Concílio”, por ocasião do jubileu de 50 anos de sua abertura, encontramos na Campanha da Fraternidade um dos seus frutos mais consistentes e maduros. Se queremos encontrar vestígios da caminhada positiva despertada na Igreja pelo Concílio, temos na Campanha da Fraternidade um exemplo eloquente e altamente meritório.

Além do seu tema, desta vez a própria Campanha da Fraternidade, por sua trajetória histórica, nos interpela e nos desafia a retomar o clima de intensa participação eclesial, que o Concílio despertou com generosidade, mas que precisa ser retomado e sustentado.

A Campanha da Fraternidade continua nos lembrando que "todos somos Igreja”, com direito a participar de sua vida, e com o dever de assumir sua missão.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MFC CURITIBA PROMOVE MISSA E MARCA REUNIÃO DE ECCi

Osmar e Noeliza, membros do Colegiado de Curitiba


O
 Movimento Familiar Cristão de Curitiba – Paraná reiniciou suas atividades com uma Missa em Ação de Graças, às 19 horas do domingo, 26, celebrada no Santuário Nossa Senhora Salette.

Após a celebração eucarística de abertura das atividades, os mefecistas se reuniram para uma confraternização partilhada com refrigerantes, doces e salgados.

O segundo encontro do colegiado curitibano está marcado para o dia 6 de março, a partir das 19h45min, no Santuário Nossa Senhora da Salette para a reunião da Equipe de Coordenação de Cidade com a presença de dirigentes e coordenadores de Equipes de Base.

A reunião da ECCi servirá para avaliar o desempenho do MFC e seus Grupos de Base, estabelecer metas e trocar informações referentes às atividades mefecistas no âmbito de Curitiba. Durante a reunião serão entregues os carnês de pertença referentes ao período 2012. Os membros ativos das Equipes de Base também são convidados a participar da reunião.

Após a reunião o Colegiado de Curitiba oferecerá um saboroso lanche aos presentes.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

MFC DE MAMONAS-MG PROMOVE O II ARRAIÁ


O
Movimento Familiar Cristão de Mamonas – Minas Gerais realiza nos dias 19 e 20 de maio próximo, na Quadra Poliesportiva de Mamonas, o II ARRAIÁ DO MFC DE MAMONAS.


A programação tem inicio no sábado, dia 19, a partir das 21 horas, com a apresentação da “Quadrilha do MFC” e um “Grande Show de Forró”.

No domingo, dia 20, a festa tem inicio às 8 horas da manhã com a tradicional “Moda de Viola” com artistas da região; Leilão e Bingo de frangos; Barraquinhas com comidas e bebidas típicas da época; e várias outras atrações para a família mefecista, seus familiares e amigos.

Comitivas de Cavaleiros e Amazonas de Mamonas e Monte Azul participarão do II ARRAIÁ DO MFC DE MAMONAS.

Em breve, a organização colocará à venda as mesas que poderão ser reservadas através do telefone (38) 9928-4926 ou com a ECCi-Mamonas.  

domingo, 26 de fevereiro de 2012

LITURGIA DO 1º DOMINGO DA QUARESMA - 26/02/2012





 Fraternidade e Saúde Pública:
“Que a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo 38,8)

Jesus convida todos a acolher com alegria o Reino de Deus que está próximo. Muitos pensam que a Quaresma é um tempo só de tristeza em que se recordam os sofrimentos de Jesus. Na verdade, a Quaresma é uma caminhada preparativa para a Páscoa. É tempo forte de conversão, de reconciliação e de mudança de vida. É tempo de abundantes graças de Deus.

1º DOMINGO DA QUARESMA
1ª Leitura: Gn 9,8-15
Salmo Responsório:  24
2ª Leitura: 1Pd 3,18-22
Evangelho: Mc 1,12-15

EVANGELHO
MARCOS 1,12-15

Naquele tempo, 12o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam.

14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

Chegaram, para nós, os sagrados dias da Quaresma: dias de oração, penitência, esmola, combate aos vícios e leitura espiritual. Esses dias tão intensos nos preparam para as alegrias da Páscoa do Senhor. Estejamos atentos, pois não celebrará bem a Páscoa da Ressurreição quem não combater bem nos dias roxos da Quaresma.

A Palavra que o Senhor nos dirige já neste primeiro domingo é uma séria advertência neste sentido. A leitura do Gênesis nos mostrou como Deus é cheio de boas intenções e bons sentimentos em relação a nós: depois de haver lavado todo pecado da terra pelo dilúvio, misericordiosamente, o Senhor nosso Deus fez aliança com toda a humanidade e com todas as criaturas: “Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com todos os seres vivos! Nunca mais criatura alguma será exterminada pelas águas do dilúvio.” E, de modo poético, comovente, o Senhor colocou no céu o seu arco, o arco-íris, como sinal de paz, de ponte que liga a criatura ao Criador: “Ponho meu arco nas nuvens, como sinal de aliança entre mim e a terra!” Com esta imagem tão sugestiva, a Escritura Sagrada nos diz que os pensamentos do Senhor em relação a nós são de paz e salvação. Podemos rezar como o Salmista: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos; sois o Deus da minha salvação! Recordai, Senhor, meu Deus, vossa ternura e a vossa salvação, que são eternas! O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores!”

Ora, se já a aliança após o dilúvio revelava a benignidade do coração de Deus, é em Cristo que tal bondade, tal misericórdia, tal compaixão se nos revelam totalmente: “Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus!” Não é este Mistério tão grande que vamos celebrar na Santa Páscoa? Nosso Senhor, morto na sua natureza humana, isto é, morto na carne, foi justificado, ressuscitado pelo Pai no Espírito Santo para nos dar a salvação definitiva, selando conosco a aliança eterna, da qual aquela de Noé era apenas uma prefiguração. Deus nos salvou em Cristo, dando-nos o seu Espírito Santo, recebido por nós nas águas do Batismo, que purificam mais que aquelas outras, do dilúvio! Nunca esqueçamos: fomos lavados, purificados, gerados de novo, no santo Batismo. Somos membros do povo da aliança nova e eterna, somos uma humanidade nova, nascida “não da vontade do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1,12). Somos o povo santo de Deus, povo resgatado pelo sangue de Cristo, povo que vive no Espírito Santo que o Ressuscitado derramou sobre nós. Uma grande miséria dos cristãos destes tempos nossos é terem perdido a consciência que somos um povo sagrado, vivendo entre os outros povos do mundo. Brasileiros, argentinos, mexicanos, estadunidenses, europeus, asiáticos, africanos... não importa: aqueles que crêem em Cristo e nele foram batizados, são a sua Igreja, são o povo santo de Deus, congregado no Corpo do Senhor Jesus, para formar um só templo santo no Espírito de Cristo! Somos um povo que vive entre os pagãos, um povo que vive espalhado por toda a terra, Igreja dispersa pelo mundo inteiro, que deve viver no mundo sem ser do mundo! A miséria nossa é querermos ser como todo mundo, viver como todo mundo, pensar e agir como todo mundo. Isso é trair a nossa vocação de povo sagrado, povo sacerdotal, povo que deve, com a vida e a boca cantar as maravilhas daquele que nos chamou das trevas para a sua luz admirável! (cf. 2Pd. 2,9) Convertamo-nos! Sejamos dignos da nossa vocação!
Eis o tempo da Quaresma! Somos convidados nestes dias a retomar a consciência de ser este povo santo. E como fazê-lo? Como Jesus, o Santo de Deus, que passou quarenta dias no deserto em combate espiritual, sendo tentado por Satanás. A Quaresma é um tempo de deserto, de provação, de combate espiritual contra Satanás, o Pai da mentira, o enganador da humanidade. Sem combate não há vitória e não há vida cristã de verdade! A Igreja, dá-nos as armas para o combate: a oração, a penitência e a esmola. A Igreja nos pede neste tempo, que combatamos nossos vícios com mais atenção e empenho; a Igreja nos recomenda a leitura da Sagrada Escritura e de livros edificantes, que unjam o nosso coração. Deixemos a preguiça, cuidemos do combate espiritual! Que cada um programe o que fazer a mais de oração. Há tantas possibilidades: rezar um salmo todos os dias, rezar todo o saltério ao longo da Quaresma, rezar a via-sacra às quartas e sextas-feiras.

 Quanto à penitência, não enganemos o Senhor! Que cada um tire generosamente algo da comida durante todos os dias da Quaresma (exceto aos domingos); que se abstenha da carne às sextas-feiras, como sempre pediu a tradição ascética da Igreja, que tire também algo das conversas inúteis, dos pensamentos levianos, dos programas de TV tão nocivos à saúde da alma! E a esmola, isto é, a caridade fraterna? Há tanto que se pode fazer: acolher melhor quem bate à nossa porta, aproximar-nos de quem necessita de nossa ajuda, reconciliarmo-nos com aqueles de quem nos afastamos, visitar os doentes e presos... No Brasil, a Igreja procura também dá um tema e uma direção comunitária à caridade fraterna, com a Campanha da Fraternidade. Assim, os Bispos pedem que, neste ano, nossa caridade comunitária esteja atenta ao problema da segurança pública e sua causas. Que nós estejamos mais atentos aos problemas ligados à segurança, recordando sempre que a paz verdadeira e duradoura é fruto da justiça: justiça como obediência ao Senhor Deus e justiça como reto comportamento em relação ao próximo, que significa respeito pela dignidade do outro, espírito de partilha e de solidariedade que socorre nas necessidades. Quanto ao combate dos vícios, que cada um veja um vício dominante e cuida de combatê-lo com afinco nesses dias! Escolha também uma leitura espiritual para o tempo quaresmal, leitura que alimente a mente e o coração. Esta leitura, mais que um estudo, deve ser uma oração, um refrigério para o coração, uma leitura edificante, que nos faça tomar mais gosto pelas coisas de Deus... Vamos! Deixemos a preguiça, combatamos o combate da nossa salvação! Finalmente, que ninguém esqueça a confissão sacramental, para celebrar dignamente a Páscoa sagrada. Se alguém não puder se confessar por se encontrar em situação irregular perante Cristo e a Igreja, que não se sinta excluído! Procure o sacerdote para uma direção espiritual, uma revisão de vida e peça uma bênção, que, certamente, não lhe será negada.
Não é a confissão, não permite o acesso à comunhão sacramental, mas é também um modo medicinal de aliviar o coração e ajudar no caminho do Senhor!

O importante, em Cristo, é que ninguém fique indiferente a mais essa oportunidade que a misericórdia do Senhor nos concede! Notem que somente depois do combate no deserto é que Jesus nosso Senhor saiu para anunciar a Boa Nova do Reino. Também cada um de nós e a Igreja como um todo, somente poderá testemunhar o Reino que Cristo nos trouxe se tiver a coragem de enfrentar o deserto interior e combater o combate da fé! Não recebamos em vão a graça de Deus! Que ele, na sua imensa misericórdia, nos conceda uma santa Quaresma!

ORAÇÃO
Concedei, ó Deus onipotente, que ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Amém!

Editado por MFC ALAGOAS

sábado, 25 de fevereiro de 2012

BOM DIA, MFC! - Artigo de Alex Gasparini

BOM DIA, MFC!
Alex Gasparini
Engenheiro Mecânico, MFC do ABC – São Paulo

N
unca fui partidário de levantar muito alta a bandeira mefecista, pois apreciaria mais que todos juntos levantassem um imenso estandarte de Jesus!

Mas ainda bem que existe a liberdade religiosa (afinal, onde ficaria o livre arbítrio) e ainda mais bem que há tanta liberdade de expressão de fé na nossa Igreja, a Católica.

Não sei por que alguns se denominam CARISMÁTICOS, pois cada serviço, cada pastoral, cada movimento tem os seus carismas, todos TEMOS de ser carismáticos. Uns ressaltam o louvor ao Espírito Santo ou a Maria, uns a evangelização no ambiente de trabalho, outros vão acudir os mais excluídos, outros como o MFC investem na harmonia conjugal e na dinâmica da reflexão em grupo do evangelho e de assuntos emergentes para construir o alicerce para a boa educação dos filhos, a formação da Igreja Doméstica, o engajamento nas paróquias, o devido espírito crítico-construtivo para atuar em ações sociais e políticas em defesa da dignidade humana.

Após 16 anos engajados no MFC (também atuando no ECC, Dízimo, Coordenação Diocesana da Pastoral Familiar e Formação de Noivos para o Sacramento do Matrimônio) minha esposa e eu só temos a agradecer a todos que já se dedicaram na continuidade e fortalecimento destas dinâmicas que usamos, no todo deste aprendizado. Pois nosso movimento não é lugar para omissos, para quem só disfarça e lamenta e nunca “arregaça as mangas e dá a cara para bater”. Muitos nos deixaram por não suportarem as naturais cobranças do comprometimento, várias equipes moldaram outro estilo de fazer reuniões, distante do proposto, visando “cozinhar o galo em banho-maria”. E temos de conviver com os que se dizem mefecistas, mas não saberiam dizer nada sobre o movimento nem o que aprenderam nele, agradecem o acolhimento e a amizade angariada, mas qualquer outro evento é mais importante do que participar de uma reunião, o que dirá de uma tarde de formação!

Num destes dias comentei com o meu gerente que é muito Mariano, que já foi muito engajado no ECC e Curso de Noivos, que eu era membro do Movimento Familiar Cristão. Ele me disse que não gostava do MFC e quando perguntei o motivo ele respondeu que “Vocês não são Santos!”.

Aí! Quantas pessoas ao longo destes mais de 20 séculos cristãos a Igreja Católica reconheceu como Santos? Muitas, não é mesmo? Tantas que ninguém sabe de cabeça o nome de todas!

Mas representam um percentual quantitativamente insignificante perante tantos cristãos que já existiram, existem, e somente por Graça de Nosso Senhor vão continuar existindo.

Ainda bem que em qualidade, Santos e Santas são de muita importância, são provas de que é possível seguir Jesus muito mais do que nós, os “normais”, estamos fazendo.

Sou um Cristão, Pai de Família, em seguida manifesto-me mais como mefecista católico, já que não recusaríamos irmãos evangélicos em nosso meio (mas eles não nos aceitam, o que é muita pena).

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MFC SANTO ANDRÉ-SP PARTICIPA DE REUNIÃO COM BISPO


O
 Movimento Familiar Cristão de Santo André – São Paulo participou no último dia 13 de fevereiro, no Centro Pastoral Diocesano, da primeira reunião organizacional do ENCONTRO DAS FAMÍLIAS COM O BISPO, evento tradicional na Diocese de Santo André que acontece sempre no meio do ano.

A reunião contou com a presença de todos os movimentos e pastorais a serviço da Diocese de Santo André, de Dom Nelson Westrupp (Bispo Diocesano), do Padre Nelson (Coordenador Diocesano de Pastoral), do Padre Vanderlei Ribeiro (Coordenador da Comissão do Anúncio), do Padre Vanderlei Nunes (Pastoral Familiar) e do Diácono João Lázaro e Roseli (pela Família Diaconal).

Na reunião ficou definido que o “ENCONTRO DAS FAMÍLIAS COM O BISPO” acontecerá no dia 30 de junho, a partir das 16 horas, em local a ser definido posteriormente em nova reunião.

Na primeira parte do Encontro os casais que fazem parte do Movimento Familiar Cristão (MFC), Pastoral Familiar, Equipes de Nossa Senhora e ECC participarão da palestra de Dom Nelson Westrupp, scj, e na segunda parte a fala, acompanhada das músicas, de Padre Zezinho.

A próxima reunião acontecerá no dia 12 de março, no mesmo local.

Fonte: Portal da Diocese de Santo André-SP

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

CORREIO MFC BRASIL Nº 280


A TOGA
HELIO AMORIM - MFC/RJ 

A
 toga sacralizava e protegia suas excelências como uma corporação de vestais incorruptíveis. Não é.

Como todo grupo humano, não está blindado contra a serpente que oferece maçãs apetitosas por sentenças bondosas. O Gênesis já contava essa história que acabou em expulsão do paraíso.

A corajosa magistrada que comanda o CNJ foi moralmente massacrada pela associação que congrega seus pares pela audácia em vasculhar togados “cidadãos acima de qualquer suspeita”, como o personagem do filme de Costa Gravas. Cometia crimes, deixava pistas de propósito, para testar e confirmar a impunidade pela sua fama de incorruptível.

Como espectadores tantas vezes perplexos da tríade de poderes da república, o judiciário sempre nos pareceu uma caixa de pandora escondendo mistérios e fantasmas. Melhor não mexer. Não se sabe o que pode sair dela.

Sentenças judiciais não são resultado de uma objetividade explícita do texto legal, resumida em sim-não. “Cada cabeça, uma sentença”, diz-se como explicação de surpresas em decisões judiciais. Prova irrefutável: cortes colegiadas de segunda instância e tribunais superiores decidem por maioria de votos individuais de desembargadores e ministros togados em sentenças contrárias possíveis. Considerando que todos os magistrados desses colegiados são juristas de alto saber no seu intrincado campo legal significa que ambas as decisões seriam legalmente justas. Um voto de eventual desempate, como o do princípio deste mês, tem consequências de grande impacto sobre muitas vidas, pode prender ou libertar, favorecer ou contrariar interesses econômicos e financeiros de montantes estratosféricos. Com certa dose de maldade o povo faz ilações preocupantes. Quanto valerá optar pelo sim ou pelo não, se ambos são legalmente justos?

Não podíamos avançar nesse campo de suspeitas maldosas até surgir essa reação furiosa contra o poder de o CNJ investigar esses meritíssimos senhores e senhoras. Qual é o medo da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)? Certamente as investigações poderão chegar a descobrir malfeitos de algumas dúzias de juízes, uma minoria insignificante, sem riscos de tsunamis.

Será saudável para o prestígio do poder judiciário. Ao mesmo tempo será uma advertência aos magistrados com formação ética menos robusta sobre o perigo de cair em tentações. São pessoas humanas com as limitações próprias de sua natureza e não faltam serpentes insidiosas, guardiãs de cofres cheios de dinheiro gerado por conhecidos golpes e maracutaias.

A nossa parte de culpa é evidente: elegemos os políticos que por sua vez escolhem ministros do executivo e magistrados para os tribunais maiores. “Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido” é o bordão constitucional repetido para definir a democracia nos discursos de palanque. Se os eleitos, entretanto, dividem seus compromissos entre o povo e os financiadores de suas campanhas, adeus rigorismos éticos. É preciso pensar na próxima disputa eleitoral, justifica-se o parlamentar flagrado com o dinheiro na cueca e nas meias.

Em suma, investigações sobre desvios de comportamento nos três poderes, em todos os níveis de governo, com prazos definidos para conclusão e punições exemplares são como água benta contra tentações ofídicas, nesta terra de maçãs saborosas. As macieiras estão carregadas de obras do PAC, Copa do Mundo e Olimpíadas. Cuidado! Tudo começa com uma pequena e saborosa mordida. “Vade retro...”

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Padre Roger Luis
Comunidade Canção Nova

“Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar!”

A
 Quarta-feira de Cinzas na Igreja é um momento especial porque nos introduz precisamente no mistério quaresmal.

Uma das frases – no momento da imposição das cinzas – serve de lembrete para nós: “Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar.” A cinza quer demonstrar justamente isso; viemos do pó, viemos da cinza e voltaremos para lá, mas, precisamos estar com os nossos corações preparados, com a nossa alma preparada para Deus.

A Quarta-feira de Cinzas leva-nos a visualizar a Quaresma, exatamente para que busquemos a conversão, busquemos o Senhor. A liturgia do tempo quaresmal mostra-nos a esmola, a oração e o jejum como os princípios da Quaresma.

A própria Quarta-feira de Cinzas nos coloca dentro do mistério. É um tempo de muita conversão, de muita oração, de arrependimento, um tempo de voltarmos para Deus.

Eu gosto muito de um texto do livro das Crônicas que diz: “Se meu povo, sobre o qual foi invocado o meu nome, se humilhar, se procurar minha face para orar, se renunciar ao seu mau procedimento, escutarei do alto dos céus e sanarei sua terra” (II Cr 7, 14).

A Quaresma é tempo conversão, tempo de silêncio, de penitência, de jejum e de oração.

Eu, pergunto para Deus: “Senhor, que queres que eu faça?” - mesma pergunta de São Francisco diante do crucifixo. Mas, geralmente, a minha penitência é ofertar algo de que eu gosto muito para Deus neste tempo quaresmal. Você, que fuma, por exemplo, deixe de fazê-lo na Quaresma. Tenho certeza de que após esse tempo quaresmal Deus o libertará do vício do cigarro. Você, que bebe, não beba, permitindo que o próprio Deus o leve à conversão pela penitência que você está fazendo. Talvez você precise fazer penitência da língua, da fofoca. Escolha uma coisa concreta e não algo que, de tão abstrato, não vai levá-lo a nada. Faça penitência de novela, você que as assiste. Tem de ser algo que o leve à conversão.

O Espírito Santo o levará à penitência que você precisa fazer nesta Quaresma.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

BEIJA A FLOR DO PANIS ET CIRCENSES... - Artigo de Jorge Leão

"BEIJA A FLOR DO PANIS ET CIRCENSES..."
Jorge Leão * MFC-MA
Professor de Filosofia do Instituto Federal do Maranhão

A
 indústria cultural vende seus modelos, impondo seus estigmas. Embalada pela utilidade do corpo em seu aspecto aparente, a mídia noticia o ritmo do Maranhão sob a imagem de um beija-flor...

A homenagem da cidade de São Luís na cidade “maravilhosa” retrata o sucesso da propaganda eleitoreira, que visa manter no poder o mesmo sistema-do-mirante, agora em ritmo de samba e bumba-boi.

A marca deste investimento milionário será mostrar uma casca, uma imagem aparente e fictícia do Maranhão, que vê os seus brincantes na passarela sendo títeres do fracasso social, político e cultural de nossa cidade e nosso empobrecido estado, enquanto nas arquibancadas a platéia assiste aturdida o desfile de um carro iluminado na passarela de um carro abre-alas que nunca foi nosso.

Aqueles que possuem um pouco de percepção logo observarão que este carnaval é para poucos, pois ele se alimenta do comércio da cultura e do analfabetismo político de milhões de maranhenses que vão olhar extasiados o desfile da escola, sem entender por que no estado mais pobre do Brasil o povo é tão “feliz”, mesmo sendo tão excluído...

Não se faz imagem de cultura de um povo sem a garantia de que o mesmo possa usufruir de justiça social, de uma política de renda equitativa, da extinção do latifúndio (o Maranhão é o estado que possui mais mortes no campo em todo o país por conflitos de terra), da erradicação do trabalho escravo (milhares de maranhenses trabalhando dentro e fora do estado sem as mínimas condições de saúde e dignidade), do fim do analfabetismo funcional (que assola cerca de 1.300.000 maranhenses), e da eliminação da mortalidade infantil (uma das mais altas do mundo).

Esses são pontos chave para compreendermos o porquê de tanta festa, patrocinada pelo governo do estado. O sistema-do-mirante aqui nestas terras se alimenta da falência social, econômica, cultural e política da maior parte dos maranhenses, que se encontram aplaudindo o continuísmo de um império oligárquico que sempre expõe seus tentáculos sobre a farsa folclórica de um povo que continua a esquentar seus pandeirões na fogueira da miséria e da falência na educação, e no sistema de saúde vergonhoso a que se encontra padecendo grande parte de nossa população.

Mesmo passada a ditadura militar no Brasil, vive-se no Maranhão a ditadura da politicagem, que exclui a população pobre do campo, pois se encontra vendida pelos coronéis do latifúndio e do agronegócio. Soma-se a isso o feitiço do boi, que agora não morre mais, pois presta serviços caros ao dono da fazenda.

 Com este cenário, surge, ao lado da fome e da miséria, a propaganda de que ‘é bom demais viver no Maranhão’. Este é o setor onde a indústria do pão e circo explora com maior eficiência, utilizando-se do controle midiático para falsear a realidade, dizendo a todo o Brasil que o povo maranhense sabe fazer festa...

O objetivo único deste sistema-do-mirante é a manutenção de uma massa de vacas de presépio, sempre dispostas a acatar incontestavelmente, ao comando dos pandeirões, matracas e tamborins, o traço infeliz de um povo que sorri de sua miséria, ainda tendo que ver um falso beija-flor pousar em um jardim de flores artificiais.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

RECUPERAÇÃO PÓS-FOLIA

Ludymila Franco

“Depois da festança, vem à ressaca. O que fazer para diminuir o desconforto?”

Q
uando começam as comemorações de Carnaval, tudo o que queremos é nos divertir. Isso inclui dançar, dar muita risada e tomar uns drinks, certo? O que acontece é que muitas vezes exageramos na dose e aí levamos de brinde uma incômoda ressaca. Para que ela não atrapalhe os dias após a folia, confira algumas dicas.

HIDRATE-SE
ÁGUA: “Beba, no mínimo, 2 litros por dia. Mas se estiver em um lugar muito quente, aumente a quantidade”, sugere a nutróloga Liliane Opperman, que lembra da importância de atender ao pedido do corpo. “Se sentir sede, não deixe para depois”, conclui.

ÁGUA DE COCO: também é uma ótima pedida, segundo a nutróloga, pois contém todos os minerais necessários para reidratar o organismo, como magnésio, sódio, potássio e carboidrato.

ISOTÔNICOS: outra bebida que atende aos quesitos, no que diz respeito à reposição desses componentes, são os isotônicos, principalmente se você resolveu ir atrás do trio elétrico ou dançou muito nos bailes de Carnaval. “O ideal é consumi-los 1 hora após o agito terminar, pois antes disso somente a água mineral já repõe os sais minerais perdidos através da transpiração”, explica a nutricionista Fátima Corradini Domingues, supervisora de Gastronomia e Nutrição do Hospital e Maternidade São Cristovão.

SUCOS DE FRUTAS: eles têm bastante água em sua composição, como melão, melancia e pera. “O abacaxi oferece a combinação perfeita para combater os males da ressaca, pois 'limpa' o fígado e tem enzimas digestivas que facilitam a absorção de alimentos. Você também pode adicionar chá verde ou de boldo nessa receita, já que ajudam na desintoxicação”, indica Liliane.
Coma corretamente

FRUTAS E VEGETAIS: eles devem fazer parte de todas as suas refeições. Segundo Liliane, é recomendável consumir couve e alface. Elas têm propriedades calmantes e diuréticas. Também é indicado alimentar-se de 3 em 3 horas.

EVITE!
CAFÉ: apesar de a sabedoria popular recomendar o café, cuidado com a dosagem. Ele pode ajudar, se for ingerido em pequenas quantidades e junto a um café da manhã reforçado. Evite ingerir a bebida pura e em grandes quantidades. “A cafeína age em conjunto com o álcool e ataca o sistema nervoso central, deixando a pessoa eufórica”, fala Liliane.

ENERGÉTICOS: também não é muito recomendado. “Apesar de terem a substância taurina que beneficia o fígado, ele age em conjunto com a cafeína que existe em sua composição”, diz a nutróloga.

DOCES EM EXCESSO E ALIMENTOS EMBUTIDOS OU GORDUROSOS: eles prejudicam o funcionamento do fígado já “danificado” pela bebida. Segundo Fátima, o organismo precisa de uma folga para se recuperar da ressaca e eliminar as toxinas ingeridas. E não se esqueça de descansar e dormir bem para repor as energias.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

LITURGIA DO 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 19/02/2012




“A MISERICÓRDIA NOS
FAZ VIVER DE NOVO!”
O pecado mata a fonte de vida existente em nós, nos afasta de Deus e atenta contra nossa liberdade. Aprisionados no pecado somos como árvore ressequida. Mas, se essa árvore for regada com “água”, produzirá novos rebentos. Abrindo-se ao Espírito Santo, o pecador acolherá o dom do arrependimento e, perdoado, produzirá frutos de justiça. A misericórdia de Deus nos faz renascer.

7º DOMINGO DO TEMPO COMUM
1ª Leitura: Is 43,18-19.21-22.24b-25
Salmo Responsório:  40
2ª Leitura: 2Cor 1,18-22
Evangelho: Mc 2,1-12

EVANGELHO
MARCOS 2,1-12

1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa.

2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra.

3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado.

5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.

6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando; ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”.

8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando em seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda?’

10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ao paralítico: — 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama e vai para tua casa!”

12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

Quatro idéias dominam hoje a liturgia da Palavra.

A primeira: a humanidade é pecadora. Claramente e de modo comovente, o Senhor se queixa do seu povo na primeira leitura: “Tu, Jacó, não me invocaste, e tu, Israel, de mim te fatigaste. Com teus pecados, trataste-me como servo, cansando-me com tuas maldades”. Não é esta, caríssimos em Cristo, a nossa situação? Quantas vezes não invocamos o Senhor, isto é, não nos abrimos para ele, vivemos e decidimos como se ele não existisse... Isto, porque somos auto-suficientes, porque, na prática, nos julgamos donos da nossa vida e senhores do nosso próprio destino. “De mim te cansaste” - queixa-se Deus. Será irreal, tal queixa? Será sem razão, tal reclamação? O mundo de hoje aborreceu-se de Deus, cansou-se dele. Pronto! Simplesmente virou-lhe as costas... E nós, na nossa existência, quantas vezes já não fizemos isto?

Se a Palavra tem insistido em nos mostrar nossos pecados, nossas lepras, nossas infidelidades, não é para nos deprimir ou humilhar inutilmente. É para que tomemos consciência de nossa situação de infidelidade e, arrependidos, voltemo-nos para o Senhor, que é bom, que enche nosso coração, que salva a nossa vida da falta de sentido e da morte eterna. Vivemos tanto mergulhados numa humanidade orgulhosa de si mesma, consigo mesma satisfeita, que corremos o grave risco de nem mais perceber que somos pecadores e infiéis.

Tudo vai parecendo normal, lícito, aceitável, tudo tem uma desculpa psicológica, tudo vai sendo colocado na conta do inconsciente e no direito de ser feliz e não se reprimir... Esse discurso, essa conversa não serve para um cristão! Olhemo-nos à luz da Palavra de Deus, avaliemos nossa vida com os olhos e o coração fixos na cruz, que nos revela até onde Deus nos ama e nos leva a sério e, então, veremos que não amamos a Deus o bastante, que não lhe demos tudo, como ele tudo nos deu em Jesus; veremos que somos egoístas, incoerentes, presos pelas paixões, lentos para crer, tardos para nos abandonar nas mãos do Senhor. Então, diremos: Senhor, sou pecador! Piedade de mim!

E aqui nos deparamos com a segunda idéia deste domingo: Deus é carinho, é misericórdia, é vontade e desejo de nos perdoar. Basta que nos reconheçamos pecadores, basta que lhe estendamos as mãos e ele está disposto a apagar os pecados que mancham nosso passado. Ouvi que palavras comoventes, que declaração de amor o Senhor nos faz: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas! Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas culpas por minha causa e já não me lembrarei de teus pecados!”. Eis como o Senhor age conosco: desde que nos reconheçamos pecadores e lhe imploremos o perdão, ele nos perdoa! Se formos cínicos, se dissermos: “Não tenho pecado”, ficaremos sem o perdão; mas, se, humildemente, reconhecermos o que somos, pecadores, o Senhor inclina-se para nós com o bálsamo do seu perdão. Notai bem: Deus não desculpa o nosso pecado; ele o perdoa! Tem diferença? Muita! Qual? Ei-la: desculpar seria fazer de conta que não pecamos, seria passar a mão na nossa cabeça. Primeiro, seria uma falta de verdade, um mascaramento da nossa realidade. Depois, seria nos desvalorizar, não acreditar que somos capazes de nos superar, de caminhar para o melhor, de crescer sempre mais em direção a uma plenitude, a uma maior humanização. Quanto ao perdão, é diferente da desculpa, é de Deus: perdoar é dizer: Você errou, mas eu continuo acreditando em você; dou-lhe a oportunidade de melhorar, de crescer de ser mais maduro, ser mais livre em relação às suas incoerências; eu perdôo porque espero muito de você e sei que você poderá crescer! Eis aqui, caríssimos, o modo de agir de Deus: ele perdoa, ele é perdão. É assim também que ele espera que façamos com os outros. De modo particular, assim os pais deveriam fazer com seus filhos...

Agora, sim, podemos entrar na terceira idéia deste hoje. É em Cristo – e somente em Cristo – que podermos ver toda gravidade do nosso pecado e toda força do perdão de Deus. Na segunda leitura, São Paulo nos disse que “o Filho de Deus, Jesus Cristo, nunca foi ‘sim-e-não’, mas somente ‘sim’. Com efeito, é nele que todas as promessas de Deus têm o seu ‘sim’ garantido”. Caríssimos, que idéia tão profunda! Tudo quanto Deus preparou e prometeu no Antigo Testamento encontra sua realização plena em Cristo morto e ressuscitado! Contemplemos Jesus, cravemos os olhos na sua cruz! Aí veremos o quanto somos pecadores, aí compreendemos o quanto nosso pecado é grave, o quanto nossa infidelidade fere o coração de Deus! O homem nunca descobrirá a gravidade do pecado se não olhar para a cruz, fruto do pecado meu e do mundo! Mas, também na cruz, todas as promessas de amor de Deus encontram seu “sim”, sua verdade, sua confirmação! A cruz nos mostra a dimensão da gravidade do pecado, mas nos revela simultaneamente, a profundidade e magnitude da misericórdia de Deus. Na cruz, Deus não esqueceu nosso pecado; antes, mostrou sua gravidade – tão grande a ponto de provocar a morte do Senhor! Mas, também na cruz, o Senhor mostra toda a seriedade do seu amor, do seu perdão e da sua misericórdia. Se o Senhor Jesus disse hoje ao paralítico: "Filho, tem confiança, teus pecados te são perdoados", é porque estava disposto a morrer por ele, para que ele tivesse o perdão e, curado, pudesse caminhar, caminhar na vida, caminhar para Deus! Eis, portanto: na cruz, Cristo, o “Sim” do Pai para nós, torna-se também nosso “sim” ao Pai, desde que, unidos a ele, nos deixemos por ele curar, por ele perdoar, como o paralítico do Evangelho de hoje.

Finalmente, a quarta idéia que a Palavra nos apresenta. Por que Jesus curou o paralítico? Que diz o Evangelho? Escutai: "Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico..." É surpreendente: é pela fé dos homens que carregavam o paralítico que Jesus vai perdoar e curar! Eis o mistério da comunhão dos santos! Nós somos fruto não somente da cruz do Senhor, mas também da oração e da santidade de tantos irmãos que formam a Igreja do Senhor! Por isso, podemos dizer: "Senhor, não olhes os meus pecados, mas a fé da tua Igreja!" Quando fraquejamos, quando estamos em  crise, é a fé da Igreja, é a santidade e a força de tantos irmãos que, misteriosamente, na comunhão dos santos, nos mantêm! - Obrigado, Jesus, por sermos membros do teu Corpo, que é a Igreja! Obrigado porque nesse Corpo encontramos o perdão e a paz, nesse Corpo encontramos a força para nos levantarmos do pecado que nos paraliza!

Eis as lições que o Senhor hoje nos dá! Saberemos aproveitá-las? Saberemos vivê-las? Que o Senhor no-lo conceda pela sua graça.

ORAÇÃO
Concedei, ó Deus, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Amém!